A tecnologia educacional é o caminho para melhoria na qualidade do ensino
As gerações Y e Z, nascidas na era dos grandes avanços tecnológicos, chegaram aos bancos escolares. Essas gerações esperam ser surpreendidas, encontrando uma educação dinâmica, baseada na agilidade que a conectividade criada pelas tecnologias da informação e da comunicação nos proporcionaram. E as instituições de ensino estão preparadas para esses ingressantes?
A pedagogia é uma ciência antiga. Desde as escolas das antigas civilizações, como a escola de Platão, por exemplo, até os dias atuais, a pedagogia construiu uma base de conhecimento fantástica sobre o processo de formação e desenvolvimento de pessoas. A aplicação destes conhecimentos juntamente com as ferramentas de tecnologia da informação e da comunicação possibilitou uma evolução nas metodologias de ensino, que chamo nesse artigo de tecnologia educacional.
Além da tecnologia da informação e das comunicações, outras áreas do conhecimento, como a área de gestão de pessoas, que vem desenvolvendo talentos em diversas áreas profissionais, tem acrescentado contribuições importantes sobre como treinar e desenvolver habilidades, conhecimentos e atitudes, contribuindo também para evolução das tecnologias educacionais.
Entretanto, a formação de professores e gestores para atuarem nas instituições de ensino nem sempre acompanha essa evolução do processo educacional. É importante que as instituições de ensino capacitem seus quadros para que a escola atenda às demandas de seus atuais e futuros alunos.
Apesar da facilidade de acesso à informação e da multiplicação da quantidade de informação disponível, é preciso lembrar que o processo cognitivo de aprendizagem é humano. Por isso, cada vez mais precisaremos desenvolver nas pessoas a capacidade de lidar com tanta informação e para que elas saibam aproveitar a informação disponível de forma selecionada, crítica e qualitativa.
A tecnologia educacional cria constantemente novas metodologias de ensino e ferramentas que trazem mais prazer, beleza, prática e, consequentemente, melhoram o desempenho de alunos, professores e de todos os indicadores que possam ser mensurados na avaliação de qualidade do ensino.
As universidades de vanguarda, reconhecidas internacionalmente, têm utilizado tecnologias educacionais para criação de metodologias de ensino muito interessantes e eficientes na formação dessas novas gerações de estudantes, como exemplo o Project Based Learning – PBL (Aprendizagem baseada em projetos) e o Game Based Learning – GBL (Aprendizagem baseada em jogos). Essas metodologias de ensino aplicadas nas matrizes curriculares dos cursos de graduação e pós-graduação de forma integrada geram uma melhora efetiva na qualidade de ensino, além de tornar o processo mais interessante para os alunos e professores.
O Project Based Learning (PBL) consiste no desenvolvimento de projetos reais pelos alunos, relacionados com os objetivos, habilidades e competências que se pretende desenvolver nos estudantes, sob orientação de professores. Aprender através de projetos reais desperta a motivação nos alunos, que utilizam as informações disponíveis na rede de computadores, bem como laboratórios, softwares, ferramentas de gestão e outros recursos que possam ser aplicados ao desenvolvimento do projeto, gerando aprendizagem mais efetiva, que pode ser transportada posteriormente para o ambiente profissional ou mesmo para a vida desses alunos. Os projetos podem e devem beneficiar a sociedade, transformando ideias e sonhos em realidade, aproveitando a energia e os recursos aplicados na educação para criação de um mundo melhor.
Já o Game Based Learning (GBL), outra metodologia de ensino que agrada muito os estudantes de graduação e pós-graduação, consiste no desenvolvimento de atividades simuladas que visam o desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes, com regras que permitam a mensuração de resultados e o ranqueamento desses resultados dos participantes, estimulando a competição entre alunos ou equipes. Estes jogos podem ser criados para cursos presenciais, onde os alunos e professores interagem pessoalmente, ou ainda no ambiente virtual, podendo ser aproveitados para cursos na modalidade EAD.
Ambas as metodologias, PBL e GBL, podem ser ambientadas com cenários que potencializem a experiência vivida pelos alunos, expandindo para um universo prazeroso e encantando os alunos. Por exemplo, podem ser criados ambientes mais lúdicos como salas de aula temáticas, visitas a locais relacionados aos temas dos projetos, viagens etc.
Precisamos reinventar a educação não apenas no discurso, mas na prática. Isso requer investimentos e iniciativas mais ousadas. O limite para inovação é a capacidade das equipes de profissionais e alunos que atuam das instituições de ensino, e dos investimentos que serão realizados para essas iniciativas. Sem dúvida, esse investimento pode trazer um retorno fantástico, não apenas financeiro ou na elevação da qualidade do sistema educacional, mas também pode contribuir de forma mais eficaz com o desenvolvimento social.
Cláudio J. Carvajal Júnior – Doutorando em Engenharia (UMC). Mestre em Tecnologia em Gestão de Serviços (CEETEPS). MBA Executivo Internacional (Universidade da Califórnia/EUA). Pós-graduado em Administração (EAESP/FGV). Bacharel em Administração de Empresas. Professor e Consultor Empresarial nas áreas de Finanças e Negócios. Coautor dos livros “Administração de Organizações Complexas” (Qualitymark), “Administração de Empresas no Setor de Serviços” e “Educação Financeira: como sair do vermelho e se tornar um investidor de sucesso” (Porto de Ideias).
Wagner Sanchez – Doutorando em Engenharia (UMC). Mestre em Sistemas de Informação (PUC-Campinas). Bacharel em análise de sistemas, especialista em Engenharia de Software, psicopedagogo e especialista em Educação (PUC/SP). Atua há mais de dez anos como consultor nas áreas de Tecnologia e Gestão. Coautor do livro “Administração de Organizações Complexas”, da Qualitymark Editora, com diversos artigos publicados na mídia especializada nas áreas de Educação, Gestão e TI.