Big Data e BI: Ruptura ou Complementares?

8 de junho de 2015
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Com o acesso a fontes de dados cada vez maiores e com muito mais facilidade do que antes, é natural que o mundo dos profissionais que vivem para tomar decisões esteja abalado. É de conhecimento geral que (normalmente), quanto maior o volume de dados, melhor para quem toma decisão.

Com isso é natural que o mundo do Big Data venha se integrando cada vez mais ao BI. Mas vez por outra ouço comentários sobre o fim do BI nas empresas. E que o Big Data irá substituí-lo. A meu ver este argumento é absolutamente incorreto.

Pelo menos conceitualmente o BI representa um setor ou departamento responsável por dar subsídios àqueles de tomam decisões. Com base nos dados transacionais gerados pelas operações das organizações, o BI mantém o histórico dos dados e oferece relatórios, gráficos e dashboards.

Por outro lado Big Data nada mais é do que dado. Só que dado em uma quantidade extremamente grande, com uma variedade de tipos de dados e de origens / fontes igualmente grande e que exigem uma velocidade de processamento extrema.

Dado é o elemento principal do BI. Seja ele big ou não, o dado continuará sendo a matéria prima sobre a qual serão criados os relatórios, gráficos e dashboards. Neste aspecto, Big Data é mais um componente da Arquitetura de BI. Por este motivo, é importante que as organizações se apressem em entender este novo conceito e integrá-lo ao ambiente que já possuem.

A grande maioria dos autores especializados no assunto indica o Big Data como uma nova fonte de dados, assim como os dados dos sistemas ERP, CRM, arquivos texto, etc. Eu me junto a eles e entendo que será uma questão de tempo para que todo o ambiente de BI nas empresas trabalhe com mais esta fonte de dados.

É natural que, devido às características do Big Data, é necessário adotar uma tecnologia específica para armazenamento, processamento e integração dos dados. Portanto dificilmente será possível utilizar as mesmas ferramentas de Banco de Dados e ETL. Até mesmo as ferramentas de extração e visualização de dados, que em tese podem ser as mesmas do processo tradicional de BI, precisam se adaptar para atender a demanda do perfil do profissional de Big Data. Novos conhecimentos serão exigidos do profissional de BI (especialmente os aspectos quantitativos) e do pessoal de infraestrutura responsável pela criação e manutenção do ambiente.

O Big Data, portanto, traz ao tomador de decisão a oportunidade de se basear em dados mais sólidos e consolidados, aumentando a possibilidade de acertos neste processo. E esta melhoria será melhor sentida nas empresas que já utilizam modelos matemáticos para encontrar padrões nos dados, prever e montar cenários. O mercado tem chamado de Advanced Analytics a utilização dos dados com este objetivo.

Desta forma, Big Data complementa BI. É mais uma fonte de dados que exige uma tecnologia própria para uma exploração adequada. E para aqueles que souberem utilizar os dados com maestria, será um diferencial competitivo para as empresas que saírem na frente na adoção do Big Data.

Celso Poderoso é coordenador dos cursos de MBA da FIAP (Arquitetura de Redes e Cloud Computing, Big Data – Data Science -, Business Intelligence), professor dos cursos de pós-graduação da FIAP. É mestre em Tecnologia, especialista em redes sociais aplicadas à Educação e economista. Atua desde 1984 na área de TI, especialmente em desenvolvimento de sistemas e banco de dados Oracle, atualmente é gerente de serviços na MicroStrategy.  Possui cinco livros publicados na área de banco de dados, como SQL Curso Prático e Oracle PL/SQL 10g. Todos editados pela Novatec Editora.

 

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