Cinco táticas para montar uma grande equipe
É impossível encontrar um empreendedor que nunca tenha tido problemas com o seu time. Faltas, atrasos, desculpas esfarrapadas e pequenas falhas são as dificuldades mais comuns. Mas há colaboradores que brigam com clientes, outros que são ineficientes ou até mesmo aqueles que roubam ou ameaçam a empresa. Talvez nada seja mais desanimador do que as dores de cabeça geradas pelas pessoas que você mesmo contratou. Mas há bons remédios para isso. E o melhor é que não são caros. Se estudar a história empreendedora, perceberá que vários donos de negócios foram exímios formadores e desenvolvedores de equipes. Separei algumas receitas que podem surtir efeito no seu negócio.
Tenha uma empresa com um grande propósito.
São vários os empreendedores que formaram grandes times a partir dessa receita simples. Quem vem liderando atualmente essa tendência é John Mackey, da Whole Foods, uma rede de supermercados americana que vende produtos naturais e fatura cerca de US$ 10 bilhões anuais. Ele defende que o que motiva os colaboradores é o propósito do negócio, e não a busca do lucro. “O propósito inspira as pessoas e libera a criatividade”, diz. “Quando os funcionários se entusiasmam com a missão da empresa, eles se comprometem mais e se tornam mais criativos em seu trabalho.”
Dê preferência a funcionários com bom desempenho e bons princípios.
Poucos empresários foram tão hábeis na hora de formar times quanto Jack Welch, lendário CEO da GE. Segundo ele, há quatro tipos de profissionais. Se o sujeito tem ótimo desempenho e bons princípios, promova-o. Se tem péssimo desempenho e princípios ruins, demita-o. Péssimo desempenho, mas princípios bons: treine-o. Mas, se tiver excelente desempenho e princípios ruins, livre-se dele imediatamente.
SAIBA MAIS
Contrate profissionais melhores do que você.
Não existe dica mais simples do que essa. O problema é colocar em prática – mesmo porque o empreendedor sempre acredita que ele pode fazer melhor que os outros. Mas a verdade é que o dono do negócio precisa contratar pessoas que sejam capazes de realizar determinadas atividades com mais competência do que ele. Caso contrário, nunca terá admiração pelos seus colaboradores.
Deixe as pessoas do lado de fora da sua empresa.
Um dos maiores desafios do empreendedor é fazer com que o lado profissional do colaborador prevaleça em seu trabalho. Walt Disney criou uma receita simples. Nos parques da Disney, as pessoas são contratadas como “atores” que precisam executar uma função. Há um ator que atua como pipoqueiro, outro como atendente e outro como faxineiro. Como qualquer ator sabe que não se deve levar os problemas para o palco, eles executam suas funções com perfeição, seguindo sempre o script.
Trabalhe para os seus colaboradores.
Para Eloi D’Avila, da Flytour, não existem empresas. Existem pessoas. Mesmo Disney sabia disso. “Você pode desenhar, criar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo. Mas são os indivíduos que transformam o sonho em realidade”, dizia. “Para que os empregados das lojas atendam bem aos nossos clientes, precisamos ter certeza de que estamos atendendo bem aos nossos empregados”, diz Sam Walton, do Walmart. “Esse é o ingrediente mais importante do sucesso da companhia.” Os melhores empreendedores sabem que criar uma grande equipe não é um meio para chegar a uma empresa de sucesso. É o único objetivo. Técnico não ganha jogo, só perde. Quem ganha o jogo de verdade é o seu time!
Marcelo Nakagawa é diretor de empreendedorismo da FIAP, além de atuar como professor de empreendedorismo e inovação nas principais escolas de negócio do país. É membro do conselho da Artemísia Negócios Sociais e da Anjos do Brasil, mentor do Instituto Empreendedor Endeavor, coordenador acadêmico do Movimento Empreenda da Editora Globo, colunista do Estadão PME e da revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios. É pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão Tecnológica e Inovação da USP. Possui mais de 20 anos como executivo, tendo atuado nas indústrias financeira/bancária, consultoria empresarial, venture capital, inovação e private equity. É doutor em Engenharia de Produção (POLI/USP), mestre em Administração e Planejamento (PUC/SP) e graduado em Administração de Empresas. Autor do livro Plano de Negócio: Teoria Geral (Editora Manole, 2011) e co-autor dos livros Engenharia Econômica e Finanças (Elsevier, 2009), Sustentabilidade e Produção: Teoria e Prática para uma Gestão Sustentável (Atlas, 2012) e Empreendedorismo inovador: Como criar startups de tecnologia no Brasil (Evora, 2012).