Afinal, você sabe o que são FINTECHs?
O termo fintech vem da união de duas palavras em inglês, “financial” e “technology”, ou em português, finanças e tecnologia. Essa expressão é usada para novas empresas, ou startups, que prestam serviços financeiros utilizando tecnologia. E por que esse termo está em alta ultimamente? Segundo o Goldman Sachs, uma grande instituição financeira norte-americana, o setor das fintechs atua numa indústria de US$ 4,7 trilhões e recebeu aporte de capital de aproximadamente US$ 20 bilhões mundialmente, no ano de 2015.Se a justificativa não fosse suficiente, uma indústria com potencial de cifras inimagináveis de dinheiro, estima que 2,5 bilhões de pessoas atualmente não consideram interessante manter uma conta em um banco tradicional, devido ao custo de taxas, burocracia, juros altos de empréstimos, etc. Quando as pessoas pensam em ir ao banco, bate um desanimo, é algo chato, uma perda de tempo. E por isso, o modelo tradicional não atende mais as novas gerações, em especial os millenials, quem nasceu entre 1980 e 2000, que viveu desde cedo na era da internet, tablets e smartphones.As novas gerações, e boa parte da antiga geração que ainda é ativa, está procurando serviços financeiros mais ágeis, com menores custos, algo mais “digital”. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, estima-se que 80% do patrimônio das pessoas já estão fora dos Bancos. Esse movimento chegou um pouco depois no Brasil, mas deve se transformar num fenômeno nos próximos anos, levando milhões de brasileiros a buscar serviços nas Fintechs.Os serviços prestados pelas Fintechs se concentram nas áreas de empréstimos, meios de pagamentos, cartões de crédito digitais, investimentos, organização financeira, seguros, dentre outros. A lista é extensa e o limite é a imaginação dos empreendedores deste setor, que buscam soluções com foco nas necessidades das pessoas, e não dos bancos. Talvez seja esse o grande segredo do sucesso, buscar soluções que atendam de fato o ser humano, e não os interesses das grandes e tradicionais organizações, que apesar do estigma negativo que acumularam devido a burocracia, filas, taxas e juros elevados, não cansaram de bater recordes de lucros ano a ano, até mesmo em tempo de crise.A Fintech Nubank, por exemplo, é uma empresa que oferece um cartão de crédito 100% digital, sem anuidade e com taxas de juros abaixo do mercado. O Guia Bolso oferece aos seus clientes um serviço digital para organizar as finanças pessoais. O Broota é uma solução para ajudar empreendedores a encontrar investidores e mentores. E esses são apenas alguns exemplos de startups que estão surgindo para gerar soluções pontuais simples, ágeis e mais econômicas para o mercado financeiro.Em um futuro muito próximo, teremos novos bancos, ou pelo menos um novo conceito de banco. As instituições tradicionais têm agora um grande desafio para se reinventar, adaptando seus modelos de negócios e tecnologia às necessidades das novas gerações. E quem sairá ganhando mesmo somos nós, os cidadãos que devem receber melhores serviços e preços mais competitivos. Assim como já ocorreu em outras áreas, como por exemplo no setor de transporte urbano por carros, que passou por uma revolução causada pelas startups de tecnologia.Cláudio Carvajal – Coordenador do curso de Administração e do curso de Gestão de Tecnologia da Informação da FIAP. Doutor em Engenharia Biomédica, Mestre em Tecnologia em Gestão de Serviços, MBA Executivo Internacional pela Universidade da Califórnia (EUA), pós-graduado em Administração pela EAESP/FGV, bacharel em Administração de Empresas. Coautor dos livros “Empreendedorismo, Tecnologia e Inovação” (Livrus), “Administração de empresas no Setor de Serviços” (Porto de Ideias), “Administração de Organizações Complexas” (Qualitymark).