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As inovações nos modelos de negócios: análise de padrões de mudança

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Às vezes não percebemos algumas mudanças sutis que - na verdade - são artefatos de alterações mais profundas na economia.

Esta semana, voltando para casa, reparei em um detalhe novo na papelaria do bairro. Vejam só, "papelaria". Na era digital.

O anúncio estava estampado na frente da fachada da papelaria, e dizia "Agora com impressão 3D". Parei o carro para conhecer o estabelecimento, e me deparei com um "nano" -fablab.

Ao sair, imediatamente veio toda a história das Lan Houses na minha cabeça. A primeira rede de Lan House do Brasil, a Monkey, chegou a ter mais de 60 lojas antes de encerrar suas atividades no meio de 2010. Dias depois, pesquisas do IBGE mostravam uma grande tendência de aumento no acesso de internet via celular e computadores nas casas dos brasileiros.

A decadência do modelo de negócios das redes de Lan House no Brasil é um reflexo de uma série de alterações nas dinâmicas de mercado, barateamento tecnológico, mudança no perfil do usuário e facilidade de acesso. A questão que quero levantar não está na análise do movimento de decadência das Lan Houses, mas sim discutir um outro movimento. Talvez um padrão, na verdade.

Para entender esses padrões é interessante trazer o conceito de "Human Systems Dynamics", abordado pela Dra. Glenda Eoyang (veja este vídeo). O HSD busca criar uma forma de entendermos os padrões de mudanças da sociedade e dar ferramentas de como podemos atuar nestas mudanças.

Bom, o que tem a ver "Dinâmica de Sistemas Humanos", "Revolução Tecnológica" e "Novos Modelos de Negócios"? O que ocorre é que muitas vezes boas tecnologias, por si sós, não são o fator chave de sucesso de um negócio. É preciso trabalhar os componentes humanos e o próprio modelo de negócio que será usado para a adoção tecnológica.

Se não criamos uma plataforma de valor que converse também com os sistemas humanos e com modelagens inteligentes para o negócio, é difícil se manter competitivo.

Voltando ao exemplo da papelaria: não quero dizer que os fablabs são um modelo transitório, mas é evidente que a produção distribuída é cada vez mais presente. Com impressoras 3D sendo vendidas em mercados em 10x sem juros (veja aqui), não é difícil pensar que o modelo de negócio dos fablabs irá passar por uma mudança crítica dentro de alguns anos.

Mais além, o modelo de negócio de diversas empresas está passando por mudanças críticas. Com uma jornada de inovação cada vez mais acelerada, o que podemos dizer é que as revoluções tecnológicas não serão mais tão lentas como são hoje. A revolução digital já tirou grande parte das empresas da lista da Fortune 500 (cerca de 50%).

Apesar de ser muito difícil falar de futurologia, é possível criar formas das organizações estarem mais abertas aos sinais de mudança. Principalmente quando conseguimos entender a dinâmica dos sistemas e os padrões (e também padrões de mudança), fica mais fácil repensar nossas propostas de valor.

Para tanto, precisamos sempre estar atentos aos artefatos e sinais de mudança nas revoluções tecnológicas, sociais e econômicas. Não adianta só olhar o componente tecnológico quando buscamos criar um negócio sustentável.

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