Precisamos abrir os nossos negócios!
Não estou falando somente sobre os conceitos de abertura no sentido de usar recursos e competências externas para alavancar o negócio. O "Open Business Model", de Chesbrough, começa a codificar o iceberg deste conceito, mas estamos aqui discutindo uma abordagem mais ampla para a geração de valor.
Com uma enxurrada de Business Canvas no mercado e a ampliação de discussões sobre a formatação de novos negócios impulsionada pelas startups, weekends, hackathons, etc algumas questões naturalmente começam a amadurecer.
Ter um Canvas não é o objetivo final do empreendedor. E os pitchs de 5 minutos no elevador não garantem um investimento.
Há muito espaço para aprofundar o conhecimento na geração de novos negócios e os empreendedores brasileiros estão ganhando cada vez mais instrumentos de apoio para o seu amadurecimento.
E neste ponto de amadurecimento do nosso ecossistema de inovação, há uma questão que gostaria de explorar sobre a concepção e o design destes novos negócios: precisamos ampliar o valor de nossas propostas de valor. Se um negócio inicia com uma proposta de valor restritiva, nada mais natural do que seu potencial de captura de valor também ser restrito.
Os negócios no Brasil em geral nascem mais fechados também em relação à atuação geográfica. Nascem buscando atender demandas locais e regionais, mas podem se beneficiar muito em pensar de forma mais global e buscar sua internacionalização desde cedo.
Um outro ponto quando avaliamos países mais desenvolvidos em termos de empreendedorismo é que vemos muitas vezes restrições sobre os formatos de interação com sócios e investidores. Vários dos negócios no Brasil nascem sem o empreendedor ao menos considerar possível a hipótese de ter um investidor.
No Brasil ainda impera o mindset de que o empreendedor é um herói solitário
Claro, o empreendedor não precisa necessariamente de um investidor para ter sucesso. Mas se o negócio é construído (design) com um modelo mental que restringe as possibilidades também estamos restringindo o valor que este negócio poderá gerar.
Ao empreendedor é importante manter o sonho, inspirar, liderar e de fato empreender, mas é possível compartilhar uma outra parte do negócio igualmente importante para se alcançar resultados.
Se os negócios são fechados, já estamos criando uma disfunção no sistema que restringe o efeito de transbordo para o mercado, país e comunidade.
Ao incluir um sócio na empresa, o empreendedor “diminui para somar”, ou seja, diminui sua participação, mas aumenta a chance do negócio prosperar ao adicionar novas competências, dando um pouco mais de potência a sua startup.
Já ao abrir a empresa para um fundo, o empreendedor “divide para multiplicar”, ou seja, divide sua participação societária em prol da multiplicação da sua capacidade. Essa multiplicação se dá através da conquista de um ambiente de governança e da possibilidade de usar seus talentos em máxima potência já que os recursos financeiros e estratégicos lhe dão condição de não mais dividir seu tempo trabalhando em todas as áreas da empresa, muitas das quais lhe faltam competências.
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